- TMB – Planejamento
- TMB – Diário de Bordo – Parte 1
- TMB – Diário de Bordo – Parte 2
- TMB – Diário de Bordo – Parte 3
- POEMA: Mont Blanc
O “Tour”
Antes mesmo de iniciarmos o TMB confesso que fiquei bastante empolgado em fazê-lo, afinal, como não ficar?! Havia um mix de emoções pois tratava-se da minha primeira visita à Europa e seria também a trilha com maior duração em número de dias. Como faço de praxe, não olho muitas fotos para me deixar ser surpreendido pelos momentos e poder apreciá-los com mais gosto e empolgação.
E não foi diferente! Em diversos momentos fomos surpreendidos com paisagens estonteantes, que nos faltavam palavras para descrevê-las. Cada passo cruzado, um novo vale se abria como o dia 3, onde ficamos um bom tempo apreciado aquele momento abrigados do vento frio escondidos atrás dos pequenos montes de terra.
Outro dia espetacular foi a subida ao topo da montanha com teleférico (dia 5), onde pudemos chegar bem perto do Mont Blanc e que parecia que praticamente podíamos tocá-lo. Lá em cima novamente a mãe natureza nos fez perceber o tamanho de nossa insignificância perante ela, ao nos deparamos com àquela montanha fenomenal! Obviamente ficamos novamente boquiabertos, simplesmente olhando tudo aquilo que parecia um sonho se tornar realidade. E, por mais que já tivesse visto montanhas na televisão, fotos ou livros, aquela sensação de estar ali pertinho e presenciando aquele cenário fantástico, tornou-se um momento mágico. Vale ressaltar também o dia 12, onde subimos para ver o Lac de Chéserys e o Lac Blanc.
Além desses momentos tivemos outros tantos que nos fizeram rir, caminhar, descansar, cansar… e muito! Mas valeu cada dia, cada momento, cada passo. A seguir você poderá conferir o que fui relatando a cada dia! Espero poder transmitir um pouco à vocês os momentos fantásticos que tivemos! Embarque conosco neste tour incrível!
Dia 0
Tivemos um dia e meio no vilarejo de Les Houches, que foi mais do que suficiente para andarmos de uma ponta a outra. O vilarejo devia ter acredito que uns 3 kms de extensão. Muito bonito, organizado, calmo e integrado.
Preparamos nossas mochilas, tirando o excessos de roupas e equipamentos e incluindo os snacks. Depois fomos procurar a entrada da trilha TMB, para irmos direto no dia seguinte. Mesmo com o guia em mãos que dava alguns pontos de referência passamos umas 3x pela entrada, até encontrá-la. Rolou até uma piadinha que se for assim durante a trilha estaríamos ferrados e obviamente ficamos muito felizes por esta “busca” não ter sido com a mochila nas costas.
Findados os procedimentos iniciais era hora de jantar. E tenho que confessar: está bem difícil ficar bebendo vinhos locais :p
Dia 1
(Les Houches / Les Contamines)
Saímos de Les Houches com destino ao vilarejo de Les Contamines onde iremos passar a noite. Foi um dia bem difícil, pois além de ser o primeiro, logo de cara até o Col de Voza, a subida é bem íngreme, porque ela é uma pista de ski no inverno sem neve, saindo de 1000m para 1650m de altitude muito rápido. No total caminhamos 22KMs em 7h20.
O visual de cima do vilarejo de Les Houches e os cavalos gigantes nos distraíram um pouco, mas ainda assim foram necessárias algumas paradas pra recuperar o fôlego.
Ficamos com um gostinho de quero mais de trilha já que o caminho é composto mais de 70% no asfalto ou um tipo de cascalho e apenas 30% no meio da mata.
Os vilarejos pelos quais passamos, são bem bonitos e se mostrando um paisagismo no meio das montanhas e florestas. No final da caminhada pegamos chuva leve, mas nada que precisasse de capa.
Dia 2
(Les Contamines / Le Chapioux)
Hoje o dia começou com um até então imprevisto. Quando questionamos o dono do refúgio sobre o nosso destino, se ele sabia onde ficava e após olhar o nome, disse que levaríamos uma semana para chegarmos até lá. Como não tínhamos esta intenção (nem tempo), enviei um e-mail para os donos da pousada cancelando nossa reserva e agradecendo a atenção até então.
Mal deu tempo de reclamar das dores de ontem e já vimos na altimetria que o dia seria puxado pois a maioria do caminho seria subida constante.
Após pouco mais de 5h de caminhada que nos levou de 1167m a 2483m de altitude, chegamos ao passo Col du Bonhomme para conseguirmos atravessar a montanha. A subida foi bem intensa e parecia que a montanha estava sem dó e queria nos testar.
Alcançado o ponto mais alto do dia, acredite, existe um restaurante no alto dá montanha. Aproveitamos para almoçar e repor as energias destruindo um omelete gigante e apreciando uma boa cerveja.
Findada nossa refeição, partimos em decida rumo a Le Champieux que levou quase 3h. Ao menos dessa vez um pouco mais branda.
Durante todo o percurso o tempo ficou muito bom, o que nos redeu vistas e fotos muito bonitas.
Conforme orientação do dono do refúgio em Les Contamines, fomos recomendados a pegar uma van até a próxima cidade ou caminharmos 1h30, para encontrarmos nosso refúgio de hoje. Quando já estávamos bem cansados, com quase 8h de caminhada avistamos, como se fosse um oásis no deserto, a placa do refúgio que eu havia enviado o e-mail para cancelar.
Por sorte o dia não reservou nenhuma desagradável surpresa e nossa reserva ainda estava válida!
Dia 3
(Les Chapioux – Refúgio Elizabetta)
Hoje a caminhada foi tranquila. Percorremos 9,5 km em 3h49, partindo de 1554m de altitude, chegamos a 2512m e descemos a 2195m, que é onde encontra-se nosso refúgio. O clima foi ainda mais generoso conosco deixando o céu praticamente limpo durante todo percurso.
Ao alcançarmos o topo, no Col de la Seigne, tivemos que nos abrigar pois o vento estava muito forte, baixando muito a sensação térmica. Cruzar o passo marcou também nossa entrada na Itália, após deixamos a França e fomos privilegiados com um belo visual do Mont Blanc.
Por fim, descemos até o Refúgio Elizabetta localizado praticamente na encosta da montanha e de quebra ganhamos mais tempo pra descansar por chegarmos cedo.
Rafael,
Primeiro, parabéns pelo blog! Os relatos e descrições estão me ajudando bastante.
Pretendo fazer o tour este ano. Se for possível me ajudar com algumas dúvidas:
– Os refúgios ficam em vilarejos ou isolados? Digo isso para saber se é fácil chegar à mercados e farmácias.
– É possível lavar as roupas à mão nos refúgios? E secar no tempo?
– A sinalização dos trechos foi tranquila?
– Vi por alto que a média de preço dos refúgios fica entre 40 e 50 euros meia pensão, correto?
– Os refúgios estavam sempre lotados? Ou a reserva é “aquele esquema’ só para garantir? Pretendo ir em Junho então aparentemente a trilha não vai estar tão cheia.
Obrigado pela atenção!
Wilson,
Enviei as informações por e-mail.
Grande abraço
Rafael Rossi
Ola, Rafael!!! Tudo bem?
Parabéns pelo blog, muito didático!!! Tenho as mesmas dúvidas do Wilson…rsrsr
Será que você poderia me encaminhar o email..rsrs
Ficaria muito agradecida!!!
Att.
Taciane